Giovanna Vampesi

Cantora teen conquista milhões de fãs após ganhar violão no “Dia das Crianças”

Giovanna Vampesi

Giovanna Vampesi

No Dia das Crianças, 12 de outubro, muitos pais atendem aos pedidos de presentes de alta tecnologia, como celulares, jogos, vídeo games e mais. Ofuscados, os instrumentos musicais aparecem como uma luz à cabeça dos pais, que têm como opção a possibilidade de proporcionar uma atividade de lazer, culta e de baixo custo.

Ela já mexe no Youtube sozinha, coloca vídeos de desenhos e passa horas no celular”, diz Cláudia Soares, mãe da pequena Alice, que está perto de comemorar seu segundo aniversário. A menina mal sabe falar, mas já descobriu como mexer no celular da mãe. 

Em contrapartida, Giovanna Vampesi, 14 anos, conquistou milhões de fãs depois que ganhou um violão do pai há oito anos. “Eu amei, tenho guardado até hoje em casa. Lembro que comecei a fazer aulas assim que ganhei o violão, e gostava bastante”, relembrou a Giovanna.

O número de crianças e adolescentes usuárias de celulares e outros aparelhos cresce cada vez mais. É o que mostra a pesquisa da TIC Kids Online, de 2018, que revela que 44% dos jovens utilizam o aparelho móbil para se conectar à internet. Dois anos antes, o mesmo instituto verificou um resultado 8% menor. 

Segundo a mestra em Psicologia Clínica da PUC-SP, Franciely Munck Duque, “… o uso excessivo de celular repercute na atenção, na visão, no padrão de sono, nas emoções, e podem causar quadros de ansiedade excessiva. Os adultos também estão sob o risco desses efeitos, mas para as crianças os aspectos são agravados por conta da fragilidade que elas têm nas partes físicas e emocionais”, alertou Lily. 

Atividades sociais de lazer e cultura são opções para jovens desenvolverem-se, como por exemplo, por meio do aprendizado de instrumentos musicais. “Existe uma conexão importante da música com outras atividades e competências que são exigidas ao longo da vida escolar.  Além das questões atitudinais, como hábitos de estudo e noções de regras, a música atua no campo cognitivo da lógica e estimula habilidades psicomotoras da criança”, disse Diogo Vieira, mestre em educação e historiador.

Giovanna Vampesi é a prova de que aprender a tocar instrumentos e viver de música tem bons resultados. É verdade também que hoje a Giovanna é heavy user das redes sociais para divulgar seu trabalho e entrar em contato com seus fãs, mas há oito anos não era assim. 

A artista teen começou a cantar e tocar instrumentos aos seis anos de idade, quando ganhou de Dia das Crianças um violão de seu pai. Depois, ainda conheceu o microfone e o piano. Foi uma aposta certa. Hoje Giovanna soma quase 1 milhão de seguidores no Instagram, além de 1 milhão de fãs no Facebook. Tudo isso é resultado da repercussão das músicas “Palavrinhas Mágicas”, “Chicago” e “Menina Marrenta”, que foram construindo a imagem de Giovanna, que ainda se recorda da primeira música que tocou.

“Foi ‘Pássaro de Fogo’, da Paula Fernandes. Eu e meu pai somos apaixonados pelas músicas dela. Sempre que entrávamos no carro, ouvíamos o DVD dela. Hoje em dia as que eu mais gosto de tocar são ‘Say You Won’t Let Go’, do James Arthur e ‘Treat You Better’, do Shawn Mendes, contou Giovanna, que se apresentará em Várzea Paulista-SP no Dia das Crianças, com entrada franca.

 Giovanna quase perdeu a voz e teve que adiar sonho por conta de rouquidão

Giovanna Vampesi

Giovanna Vampesi

Apesar da desenvoltura no violão, piano e microfone, Giovanna passou por graves problemas até se apresentar na jornada da Juventude, em 2012, para mais de 200 mil pessoas. Logo aos sete anos, seu produtor notou que havia limitações em suas cordas vocais. “Cantava num dia e no outro o som da minha voz não saía. Pensei em desistir, mas não me via fazendo outra coisa, então operei”, declarou a jovem, que foi detectada com Sulco Vocal, lesão presente nas cordas vocais que dificulta a fala. Atualmente, Giovanna ainda tem leves dificuldades para falar após os shows, mas nada que a impeça mostrar sua performance nas apresentações.

Música é capaz de educar, socializar e desenvolver habilidades cognitivas 

Diferentemente do uso abusivo da tecnologia, aprender a tocar instrumentos mostra aos jovens que há regras de horários e disciplinas sociais a serem seguidas

“As aulas de instrumentos musicais favorecem o desenvolvimento de vários aspectos artísticos, além de despertar interesse por melodias, aprendizado de músicas, culturas diferentes e outros idiomas. Oferecem também a aprendizagem da disciplina de comparecer às aulas, a importância do treino para aprender o instrumento, a persistência para conseguir chegar aos objetivos propostos pelo professor, o desafio de equilibrar as emoções para passas pelas provas de nível do instrumento e também conseguir realizar as apresentações” – nada disso é possível com a utilização excessiva dos smartphones, segundo a  mestra. 

“Todos esses aspectos as crianças que estão somente no celular ficam privadas desta aprendizagem”, ressalta Franciely, que também oferece consultas online, por meio de sua rede social @terapiacomlily.

Além das atividades musicais, brincadeiras tradicionais e saudosistas, como brincar na rua, pega-pega e esconde-esconde evitam isolamento e exclusão social. “No contexto atual é necessário valorizarmos cada vez mais as relações humanas e estimularmos as crianças neste sentido. Brincadeiras tradicionais que representam um aspecto importante do patrimônio cultural imaterial brasileiro são hoje desconhecidas por grande parte das crianças dependentes do celular”, finaliza Vieira.
Fotos: Reprodução/Facebook
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